Colocação de coberturas de plástico nas arquibancadas provisórias -feitas com estruturas metálicas. Sistema de som para a entrevista pós-jogo. Oito câmeras para o monitoramento do estádio durante a partida. Colocação de cadeiras no setor "P" do estádio. Ajustes no placar eletrônico. Grama alta. Campo ainda não pintado.

Mais do que meros detalhes separam o estádio do Pinheirão de estar pronto para ser o palco do jogo entre Brasil e Uruguai, nesta quarta-feira, pela quarta rodada das eliminatórias. Apesar de as obras, iniciadas em 2001, terem a partir de agosto deste ano impedido a realização de jogos do Paraná Clube no Campeonato Brasileiro, ainda há muito por fazer.

"Até a hora do jogo, vai ser uma correria desgraçada", admite um funcionário da Federação Paranaense de Futebol (FPF), dona do estádio, que receberá cerca de 31 mil pessoas -número de ingressos colocados à venda.

No estádio, a "correria" pode ser obervada. Há gente trabalhando em praticamente todos os setores -inclusive na colocação de uma enorme flâmula, com os distintivos da CBF e da FPF em uma saudação ao "povo do Paraná".

Apenas na sexta-feira teve início a instalação do sistema de câmeras, apesar de a Federação já estar fazendo propaganda prévia: "Pinheirão, o primeiro estádio totalmente adequado ao estatuto do torcedor", como se lê em um anúncio veiculado no jornal "Gazeta do Povo". De acordo com um funcionário da GWA, responsável por executar uma parceria entre a FPF e a Porto Seguro para a instalação das câmeras, todo o sistema já estará em funcionamento nesta terça-feira. Hoje, o funcionário explicava a policiais como funcionará a sala de controle, onde podem ser observadas as imagens de todas as câmeras. As instruções, entretanto, eram teóricas, já que o sistema ainda não estava completamente pronto.

O setor que mais preocupa, do ponto de vista de segurança, é o das arquibancadas provisórias. A segurança no local é precária. Menos de uma dúzia de pessoas caminhando já são suficientes para fazer balançar a estrutura de metal. A cobertura, feita de plástico, tampouco parece ser suficiente para segurar uma forte chuva, como a que desabou neste domingo sobre a cidade.

Outro traço de precariedade das longas obras no Pinheirão são os camarotes provisórios. Feitos de madeira, pintados de amarelo e mal acabados, serão 55 no total -cada um com capacidade para 24 pessoas.

No setor "P" do estádio, menos de 10% das cadeiras já estão instaladas. Para o pedreiro Marcos Antônio Mendes, entretanto, não há motivo para preocupação. "Já fizemos todos os furos. Amanhã eles vêm e colocam as cadeiras. É coisa rápida".

Até mesmo a assessora de imprensa da FPF acabou envolvida nas obras -teve de dar assistência a funcionários responsáveis pelo sistema de som do Atlético Paranaense, considerado "ótimo", que tentavam instalar o mesmo tipo de equipamento no Pinheirão.

Murilo Garavello
Enviado especial do UOL
Em Curitiba