Brasil e Alemanha fazem
nesta quarta-feira, às 15h45min (de Brasília), em Berlim, a reedição da
final da Copa do Mundo de 2002, em um amistoso que será o primeiro
encontro das duas seleções desde 30 de junho daquele ano, quando os
brasileiros sagraram-se pentacampeões mundiais.
A história das duas equipes desde a final é bem diferente: enquanto o
Brasil fez honra a seu título durante estes dois anos e ganhou mais uma
Copa América, para a Alemanha o êxito de chegar à final em 2002 é algo
muito longe no passado.
A Eurocopa de Portugal - que terminou com a saída do técnico Rudi
Voeller - fez com que fosse retomado o velho debate sobre os problemas e
as limitações do futebol alemão.
O novo técnico, Jürgen Klinsmann, quer superar esse debate à base de
risco, e anunciou que de agora em diante pensará mais em sua própria
equipe e não no adversário, mesmo que este seja o campeão do mundo.
- Prestaremos sempre mais atenção a nossa equipe que à rival, mesmo que
se trate de uma partida contra o Brasil - disse Klinsmann.
A disposição de Klinsmann a correr riscos já se vê na escalação que
parece trazer como titulares para a partida contra o Brasil quatro
homens no meio com clara vocação ofensiva.
O suposto cabeça-de-área, Torsten Frings, é na verdade um volante misto,
enquanto Sebastian Deisler, Michael Ballack e Bernd Schneider, por mais
que ajudem no trabalho defensivo, têm suas principais virtudes no jogo
para a frente.
Outro risco de Klinsmann é a dupla de zagueiros centrais que o técnico
pensa em utilizar, formada por dois jogadores, Frank Baumann e Frank
Fahrenhorst, que não jogaram juntos nessa posição e que terão que
enfrentar Ronaldo e os outros pesos pesados do Brasil.
O técnico brasileiro, Carlos Alberto Parreira, da mesma forma que
Klinsmann, não considera a partida uma revanche, mas reconhece a
importância do amistoso como teste e adverte que, embora o Brasil seja
favorito, os alemães não devem ser subestimados.
- Nunca se deve subestimar a Alemanha. Acho que a partida de Berlim vai
ser difícil. A Alemanha está em um período de transição e mudou de
técnico, mas tem excelentes jogadores, como Michael Ballack - disse.
Para Parreira, o importante não é o resultado e sim a experiência que se
ganha enfrentando um competidor em potencial pelo título mundial de
2006.
Para a partida de Berlim, Parreira fará apenas uma mudança em relação ao
time que venceu por 3 a 1 a Bolívia, domingo, pelas Eliminatórias.
Recuperado de contusão, o zagueiro Juan volta à equipe titular. Assim,
Edmílson jogará como volante e Gilberto Silva ficará no banco de
reservas |