O clássico entre Brasil e Uruguai acabou em
um justo 1 a 1 na noite desta quarta-feira, no estádio Centenário, em
Montevidéu. Embora tenha jogado melhor do que em partidas anteriores, a
Seleção Brasileira não mereceu vencer. Os gols aconteceram no segundo
tempo: Forlán, aos 3 minutos, abriu o placar para o Uruguai e Émerson
empatou aos 23 minutos.
Assim, o Brasil, sem conseguir quebrar o tabu de 29 anos sem vitória em
Montevidéu, manteve-se em segundo lugar nas Eliminatórias, agora com 24
pontos. O Uruguai chegou aos 16 pontos e continua em quinto, ainda com
boas chances de ir à Copa do Mundo.
O técnico Parreira surpreendeu ao escalar Ricardo Oliveira no lugar de
Juninho Pernambucano. Com Kaká aberto pela direita, Ronaldinho Gaúcho na
esquerda e mais os dois atacantes, o Brasil atuava em um 4-4-2 bem
nítido.
A despeito da tática, a principal mudança era de postura. Os brasileiros,
desta vez, entraram em campo com um mínimo de vontade de jogar futebol.
Como se pedia insistentemente, a Seleção tentou pressionar o adversário
no início da partida.
Este adversário, entretanto, jogava bem, e logo tomou as rédeas do jogo,
fazendo valer o mando de campo. O Uruguai cumpria a promessa de seus
jogadores antes de a bola rolar: atacava o Brasil. Foi a seleção celeste
quem esteve mais perto de marcar no primeiro tempo.
Aos 14 minutos, após uma bola roubada por Zalayeta, quase sai o primeiro
gol em uma blitz uruguaia na área brasileira. Kaká foi quem apareceu
para aliviar a pressão. Três minutos depois, Forlán cabeceou para
excelente defesa de Dida, que ainda contou com a sorte de a bola bater
na trave direita.
O Brasil, se não repetia a irritante apatia das últimas partidas, pouco
ameaçava o goleiro Vieira. Kaká e Ronaldinho Gaúcho prendiam muito a
bola, enquanto Ricardo Oliveira não jogava bem. Fez uma jogada no
segundo minuto de partida e depois desapareceu.
O que continava igual, no time brasileiro, era a crônica dificuldade da
defesa nas bolas cruzadas. Aos 29 minutos, Diogo perdeu chance incrível
após a bola cruzar toda a área em um escanteio. Mais feito do que esse,
só o gol perdido por Zalayeta, aos 43. Com a bola dominada, na marca do
pênalti, chutou em cima de Dida.
O empate no intervalo acabou sendo ótimo resultado para a Seleção
Brasileira, que, embora tenha feito uma apresentação ligeiramente mais
digna do que a contra o Peru, praticamente não chutou a gol.
A sorte que protegeu o Brasil na primeira etapa pareceu ter ficado no
vestiário. Logo aos três minutos, fez-se justiça ao melhor futebol dos
uruguaios. Oliveira chutou de muito longe, Dida - que era o melhor
brasileiro - bateu roupa e Forlán fez o estádio Centenário vir abaixo: 1
a 0.
A Seleção Brasileira, então, sofreu quinze minutos de pane total, sem
conseguir acertar dois passes seguidos. Alguns jogadores, como Roberto
Carlos, erravam lances facílimos.
Parreira, aos 17 minutos, fez a substituição que podia ter acontecido no
intervalo: Robinho no lugar de Ricardo Oliveira. O jogador do Santos, em
sua primeira jogada, arrumou um escanteio. Na cobrança, Luisão dividiu e
a bola sobrou para Émerson, mesmo impediddo, empatar.
Foi a vez de o Uruguai abalar-se com o gol sofrido. O Brasil começou a
tocar a bola como até então não tinha feito, e criou algumas jogadas. O
Uruguai ainda assustou, aos 29, em falta cobrada por Delgado.
Também de falta, Ronaldinho Gaúcho teve seu melhor momento no jogo. Aos
37 minutos, obrigou Vieira a dificílima defesa. O Brasil continuou com
mais posse de bola até o fim da partida, mas nada de relevante aconteceu
nos minutos finais. |