Os jogadores da seleção
brasileira ainda não digeriram a decisão da CBF de cortar Ronaldo dos
jogos contra Paraguai, domingo, em Porto Alegre, e Argentina,
quarta-feira, em Buenos Aires, pelas eliminatórias da Copa do Mundo.
Todos disseram que o artilheiro faz muita falta, que se trata de um
jogador de talento incomum, mas apenas Roberto Carlos foi além.
Companheiro de Ronaldo no Real Madrid, ele entende que a CBF conduziu
mal o problema, criando uma crise que poderia ter sido facilmente
evitada.
— Era um assunto para ser resolvido numa reunião fechada. Mas o que se
viu foi um monte de notícias na imprensa, que criaram um impasse. Os
jornalistas ficaram sabendo das coisas antes dos jogadores, a parte mais
interessada — criticou.
Roberto Carlos, assim como os demais jogadores, tomou um susto quando
soube que Ronaldo estava cortado dos jogos das eliminatórias. Achou que
a notícia estava errada e decidiu ligar para o amigo.
— Ele estava tão surpreso quanto eu, mas disse que tinha que aceitar a
decisão. Particularmente, eu não deixaria de levar o Ronaldo nem para
uma pelada se ele estivesse disposto a jogar. Mas, como a CBF não vai
voltar atrás, o melhor agora é o Ronaldo descansar.
Apesar de o técnico Carlos Alberto Parreira ter dito na segunda-feira
que seleção não é lugar para retaliação, não é a primeira vez que um
jogador fica de fora de jogo pelas eliminatórias após impasse com a CBF.
Ano passado, Kaká, Cafu e Dida não foram convocados para o jogo contra a
Bolívia, em São Paulo, como punição por não terem sido liberados pelo
Milan para o amistoso contra o Haiti.
Por experiência própria, Kaká crê que Ronaldo estará de volta na próxima
lista para as eliminatórias:
— Ninguém pode discutir a importância do Ronaldo na seleção.
O capitão Cafu, que assim como Roberto Carlos está dispensado da Copa
das Confederações, se disse surpreso com o desfecho da crise.
— Não só eu, mas o mundo inteiro está surpreso. O Ronaldo queria jogar,
mas se a CBF achou melhor assim, temos que acatar. Pelo menos as férias
vão fazer bem a ele.
Com a ausência de Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho assume a condição de
estrela da companhia:
— Ele é meu ídolo. Felizmente nunca passei por este tipo de problema,
mas ninguém está livre disso. Agora, só nos resta pensar nos dois jogos
que temos pela frente.
Adriano, que chegou a ser ameaçado pelo supervisor Américo Faria de não
ir à Copa do Mundo se não disputasse a Copa das Confederações, disse que
não chegou a temer por seu futuro na seleção:
— Sabia que tudo se resolveria. Nunca disse que não queria jogar a Copa
das Confederações.
Alex não vai à Copa das Confederações
O atacante, que terá Robinho como companheiro de ataque, foi liberado
para jogar pelo Inter no dia 12 pela Copa da Itália. Porém, ele não
atuará na segunda partida, dia 15, pois será a véspera da estréia do
Brasil na Copa das Confederações.
Mas os problemas parecem acompanhar o grupo. Ontem, Alex dispensado da
competição na Alemanha, por causa de um problema muscular, e Parreira
convocou Edu, do Valencia. Pouco depois, veio o anúncio de que o
zagueiro Luisão, com dores na coxa, está fora dos jogos das
eliminatórias, mas vai à Alemanha. Anderson, do Corinthians,
apresenta-se hoje. |