No dia da apresentação
dos jogadores, as atenções estavam dirigidas para o corte de Ronaldo dos
dois jogos das eliminatórias. Depois, para os possíveis problemas em
Buenos Aires pela presença de Grafite na delegação brasileira. Por
último, para a chegada de Robinho, chamado para a vaga do Fenômeno. Nas
entrevistas, pouco se fala no Paraguai. Por isso, o técnico Carlos
Alberto Parreira deu ontem um basta no oba-oba e exigiu que todos se
concentrem no jogo de domingo, em Porto Alegre.
Parreira tem razão: o Brasil, que dará um passo importante na luta pela
classificação para a Copa do Mundo se derrotar o Paraguai, não vence o
adversário há cinco partidas:
— Tenho dito sempre que é um jogo fundamental para nós. Temos que estar
atentos e com a mente volta para a partida de domingo. As perguntas são
mais dirigidas para o jogo contra a Argentina, mas o primeiro adversário
é o Paraguai — disse o técnico.
Lúcio e Juan disputam vaga ao lado de Roque Júnior
O último triunfo brasileiro aconteceu em Porto Alegre, no dia 15 de
agosto de 2001. O jogo terminou com a vitória da seleção por 2 a 0,
pelas eliminatórias. Os problemas começaram depois: em agosto do ano
seguinte, os paraguaios ganharam por 1 a 0, em amistoso em Fortaleza; em
março do ano passado, pelas eliminatórias, em Assunção, houve empate de
0 a 0; e quatro meses depois, pela Copa América, no Peru, o Paraguai
venceu por 2 a 1. Além disso, o Brasil ficou fora das Olimpíadas de 2004
por causa da derrota para os paraguaios por 1 a 0, no Pré-Olímpico, no
Chile.
Kaká entendeu perfeitamente o recado de Parreira.
— A Argentina vem depois. Domingo, jogaremos contra o Paraguai, que tem
uma ótima equipe, com vários jogadores que atuam na Europa. É claro que
um bom resultado nos deixará motivados para enfrentar a Argentina.
O técnico lembrou que o Paraguai sempre joga bem contra o Brasil.
— Contra nós, o Paraguai é um outro time e a gente constata isso. Eles
se defendem bem, a maioria de seus jogadores já disputou três Copas, o
que significa experiência e maturidade. E sabem atacar: Cardozo e
Cabañas são oportunistas, sendo que Paredes e Ortiza vêm de trás em
lances de perigo.
Ontem, os jogadores assistiram ao primeiro dos três vídeos sobre o
Paraguai e participaram de uma palestra com o motivador Evandro Motta.
— Hoje, o jogador tem de trocar o canal de acordo com o adversário. Isso
é definitivo e digo mais: a equipe que melhor sintonizar será a
vencedora — afirmou Parreira.
Esta tarde, o Brasil fará seu único coletivo antes de enfrentar o
Paraguai. Neste treino, Parreira decidirá a dupla de zaga: Lúcio e Roque
Júnior, ou Juan e Roque Júnior:
— Tenho três jogadores para duas vagas. Lúcio e Roque Júnior foram
campeões mundiais, enquanto Juan teve sua oportunidade e soube
aproveitá-la. É bom ter esse tipo de dúvida e escolherei o que
considerar mais adaptado.
O técnico sabe que o Brasil praticamente não treinou para a partida, mas
confia na qualidade dos jogadores:
— O importante é que eles estão motivados. Vieram cansados em razão de
estarem em final de temporada. Mas nosso grupo é excelente: a gente fala
no time campeão espanhol e tem brasileiro, a mesma coisa na Itália, na
Alemanha e em vários outros países. Agora, essa qualidade tem de
prevalecer dentro de campo.
No coletivo de hoje, além de escolher a dupla de zaga titular, Parreira
indicará o capitão da equipe. A viagem para Porto Alegre será à noite.
Amanhã, o time treinará no Beira Rio, local da partida. A viagem para
Buenos Aires, ode a seleção jogará quarta-feira, será na noite de
domingo. |