O português Luís Figo não guarda boas
lembranças do Real Madrid. Feliz da vida na Inter de Milão, que o
contratou neste início de temporada, ele concedeu uma entrevista ao
jornal italiano "Gazzetta Dello Sport", nesta sexta-feira, e não poupou
críticas à política de contratações do clube espanhol, que chegou a
classificar de 'monstruosa'.
Segundo Figo, o Real tem se preocupado mais com o lado financeiro do que
com o esportivo. 'A filosofia deles não é a de ganhar, e sim de difundir
o nome do clube. Por isso criaram algo astronômico, quase monstruoso',
criticou.
O resultado, segundo o jogador, está aí para que todos vejam. 'O
marketing funciona se você ganha. Se passar três ou quatro anos sem
ganhar nada, vai perder espaço também no Japão e na China', afirmou,
referindo-se aos dois centros em que o clube espanhol tem investido mais.
Além de criticar o clube, Figo voltou a contestar o trabalho do técnico
Vanderlei Luxemburgo, que o deixou no banco de reservas. 'A um jogador
de 32 anos, não de 18, o mínimo que se deve fazer é explicar por que
você saiu do time. Ele não me disse nada. Primeiro falou que eu jogaria
por todos os lados do campo, depois simplesmente me tirou do time sem
dar satisfações. A partir daí nossa relação ficou comprometida'.
Para a Inter, ao contrário, o meia só tem elogios. 'O ambiente aqui é
ótimo e isso não é normal num clube que passa alguns anos sem vencer.
Geralmente, quando isso acontece, você só encontra tensão e problemas',
analisou o Figo, citando o jejum de 16 anos sem uma conquista
significativa. 'Aqui o ambiente é familiar, e isso ajuda a fortalecer o
grupo', finalizou. |