Um baiano que mora há 26 anos em Paris é o
chefe da cozinha da seleção brasileira na Copa do Mundo. Natural de
Contendas do Cicorá, na Chapada Diamantina, Arthur Nascimento caíu no
gosto dos jogadores na Copa das Confederações de 2003, na França e na
mesma competição em 2005, na Alemanha. O tempero do baiano foi tão
elogiado, que foi convocado novamente para o comando dos fogões da
seleção.
No Park Hotel Weggis, Arthur comanda uma equipe de 23 pessoas (12 na
cozinha e 11 no salão). São suíços, portugueses, alemães, italianos e um
brasileiro, que atendem a delegação brasileira 24 horas por dia, todos
com um sentimento comum: orgulho de servir a delegação brasileira.
- Vocês não podem imaginar a felicidade que todos sentem em trabalhar
servindo a Seleção Brasileira. Eles sabem que é uma oportunidade única
que têm na vida, que muita gente gostaria de estar experimentando. E eu
me sinto exatamente como eles - diz Arthur.
Uma experiência inesquecível para o alemão Ken Zindjan, estudante de
hotelaria que está fazendo o período de aprendizagem no Park Hotel.
- Não fiz por obrigação. Trabalhei com prazer, pois me encanta o jeito
de ser de vocês, brasileiros. Todos os jogadores foram muito atenciosos
com a gente também - revelou.
Este estilo de vida do brasileiro, é o estímulo para o chef Nascimento
concretizar o antigo sonho de retornar ao Brasil definitivamente. Para
isso, ele já embalou suas panelas e utensílios e comprou a passagem de
navio para Salvador, onde já está em obras o seu restaurante de
culinárias francesa, marroquina e brasileira - o Le Bistrot d' Arthur -,
na praia de Itapuã.
- Estava na hora de voltar. Espero que isso só aconteça no dia 10 de
julho, com o Brasil hexacampeão - finalizou Arthur, que neste sábado
mesmo, antecipando-se à delegação, viaja para Konigstein, na Alemanha,
onde vai comandar a cozinha do Hotel Falkensteink, nova sede da
delegação brasileira. |