O tabu de San Siro finalmente foi quebrado. O Milan supera o
Napoli por 5-2, com gols de Ronaldo (2), Seedorf, Kakà e...o resto é 'Patomania'
com uma pérola do patinho rossonero.
MILÃO - Todos falaram, provavelmente até demais, sobre um jogador que havia se
tornado uma espécie de salvador da pátria. Nos jornais de hoje a turma do Napoli
não fez outra coisa que ler o seu nome: Pato daqui, Pato de lá... Alguém terá se
perguntado, como fez um treinador adversário do patinho brasileiro: "Este Pato
terá duas pernas e dois pés como nós, não é mesmo?. Atenção todos, então, chegou
Pato maravilha, aquele que na estréia sempre chega ao gol.
O problema - para aqueles do Napoli com certeza - é que o tão aguardado dia da
estréia se transforma logo no dia do grande retorno esquecido. Para a festa dos
18 troféus internacionais a presença também de Ronaldo desde o primeiro minuto e
o destino do Napoli é traçado. Ronaldo se lança sobre os napolitanos com fúria,
abre o placar com um diagonal seco e depois leva o Milan outra vez em vantagem
com um golaço após a segunda recuperação do time de Reja, que havia marcado com
Sosa e Domizzi.
E depois naturalmente, intermediado pelas pérolas de Kaká e Seedorf e por uma
série contínua de jogadas brilhantes, toques, verticalizações e triangulações,
está tamém ele, Alexandre Pato, aquele que na estréia sempre chega do gol.
Aos 17 anos Pato estreava no campeonato brasileiro, com um gol e dois golpes no
travessão. Em 13 de dezembro de 2006 estreava no Mundial de Clubes, marcando um
gol contra o Al Ahly. E depois estréias com gols também com a camisa da seleção
brasileira Sub-20 e com a camisa do Internacional na Libertadores. Ora, não
poderia falhar na estréia com a camisa do grande Milan.
Alexandre Pato tem duas pernas e dois pés exatamente como os jogadores do Napoli,
a diferença está na composição e na qualidade da matéria. Pés de seda e frieza
de veterano. Astúcia e esperteza de mestre. O patinho rossonero não é um jogador
ao estilo de Ronaldinho, o seu gesto técnico nunca é barroco, mas tem sempre um
quê de espetacular que deixa de boca aberta.
É eficaz e objetivo na mesma medida de Kaká. Assim que enquadra a porta,
Alexandre libera o tiro seco e preciso, nunca procura fazer firulas inúteis para
impressionar a platéia. Conhece a arte da triangulação e do toque de primeira,
dialoga com Ronaldo e Kaká que é uma maravilha. E depois o gol, mas sobretudo o
'stop' com o qual prepara o tiro. Líquido, preciso e limpo.
A parte mais difícil é quase sempre no início, Pato é o branco da página que
será escrita... |