O camarote era de uma cervejaria, mas foi bebendo refrigerante que Ronaldo
digeriu a eliminação do Flamengo da Taça Guanabara. Enquanto assistia ao desfile
das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, na madrugada de segunda-feira, o jogador
do Corinthians mostrou sua mágoa como torcedor, mas não deixou de alfinetar a
situação do clube da Gávea, eliminado pelo Resende.
"Eu já tenho muitos problemas. Deixa o Flamengo com os problemas dele. Como
torcedor, sofri. Mas o que importa é que o Corinthians ganhou. Desse jogo eu
gostei, mas ainda falta um cara lá", disse, referindo-se à vitória de seu atual
clube sobre o Guaratinguetá no Campeonato Paulista.
Além da mulher, Bia, e dos pais, Nélio e Sônia, Ronaldo levou para o camarote
seu fisioterapeuta, Bruno Mazzioti, e seis jogadores do Corinthians: Douglas,
Elias, Jean, Alessandro, William e André Santos.
Nem mesmo o jogo de quarta-feira, contra o Noroeste, freou o entusiasmo do grupo.
"No dia de folga, cada um faz o que quer", defendeu o Fenômeno, avisando que seu
Carnaval no Rio se limitaria àquele primeiro dia de desfile. "Tenho treino às
16h", lembrou, pouco antes de, às 3h15, deixar o camarote e os parceiros de time,
que não abandonaram o samba - Ronaldo treinou na segunda-feira por 30 minutos.
O entrosamento com meio time corintiano só não se confirmou integralmente porque,
enquanto os amigos caíam no chope, Ronaldo entrou a madrugada com uma latinha de
guaraná na mão. "Acho que a Seleção ainda dá pra mim, mas tudo vai depender do
meu desempenho no Corinthians. Estou perto de voltar a jogar, adoro o clube e a
ansiedade é parecida com a de disputar uma Copa do Mundo".
A poucos metros, Edmundo não demonstrava o menor entusiasmo pelo retorno aos
gramados. Sem jogar desde o dia 6 de dezembro, ele descartou qualquer
possibilidade de ainda vestir a camisa de um clube brasileiro. "Acho que aqui a
cobrança é muito grande. Joga-se demais, treina-se demais, concentra-se demais e
paga-se de menos. Isso enche um pouco o saco". Palavra de folião. |