O setor ofensivo voltou a incomodar o Corinthians. Desta vez, contudo,
os jogadores evitaram críticas públicas a companheiros, apesar da
reclamação geral com o setor, que atuou desfalcado de Ronaldo no empate
por 1 a 1 com o Vasco, pela semifinal da Copa do Brasil. Jogadas
individuais e uma paciência excessiva deixaram Mano Menezes e alguns
jogadores insatisfeitos.
No primeiro tempo, a equipe paulista foi superior ao Vasco, abriu 1 a 0
no placar, mas passou a oferecer menos perigo. Elias perdeu duas
oportunidades, uma em cada tempo. No primeiro, decidiu dar chute cruzado
quando tinha Souza e Dentinho em melhores condições. No segundo, parou
no goleiro.
"Ele falou que não viu quem estava chegando. A gente entende, na hora o
lance é muito rápido, mas aqui não tem nenhum 'fominha'", ponderou
Douglas, quando questionado sobre Elias.
"Ele decidiu bater no gol, mas a gente não vai voltar a falar que alguém
foi 'fominha'. O Elias achou que a melhor opção era chutar e
infelizmente o gol não saiu, mas com certeza da próxima ele vai tocar",
acrescentou Felipe, que na semana passada foi um dos jogadores a
reclamar de André Santos por jogada individual na cara do gol.
Na segunda boa chance perdida por Elias, ele furou o primeiro chute e na
sequência viu Fernando Prass fazer ótima defesa em disparo da pequena
área. "Ele fez uma defesa maravilhosa, foi muito bem. Se eu tivesse
conseguido chutar com mais força a bola teria entrado", lamentou o
camisa 7.
Mas o que mais incomodou o elenco foi a falta de agressividade no setor
ofensivo. Acostumado a ver Ronaldo partir para o gol e tornar as jogadas
mais "agudas", o time sentiu a ausência do camisa 9, recuperando-se de
leve lesão na panturrilha direita. O Corinthians teve o domínio no
ataque, mas não incomodou tanto o goleiro vascaíno.
Uma das principais características alvinegras é justamente a preocupação
em manter a posse de bola, de preferência no campo do adversário. Diante
do Vasco, segundo o Datafolha, o Corinthians trocou 244 passes. Os
cariocas, 186.
"No segundo tempo, perdemos duas ou três bolas no ataque tentando manter
a posse, mas a jogada certa era partir para o gol. Quando o adversário
sente que o outro time não está sendo objetivo, ele cresce mentalmente.
E nós estamos dando a oportunidade para os adversários crescerem no jogo",
avaliou Mano. |