Com o meio-campista Léo Lima não tem meio termo. É zero ou 10. Mais
sinceridade, impossível. Em uma entrevista ao jornal O Dia, o vascaíno
abre o jogo. Surpreende ao afirmar que prefere enfrentar o Corinthians
com Ronaldo em campo. os dois times se enfrentam quarta pela Copa do
Brasil, no Estádio do Pacaembu.
"Ele está gordo, fora do peso. Se ele não jogar, entra o Souza, que dá
mais trabalho. O Fenômeno finaliza melhor, mas o Souza é perigo
constante", compara.
O ídolo vascaíno volta ao passado e assume os seus erros. Confessa que
as noitadas perdidas em intermináveis baladas prejudicaram a sua
carreira. Mas, só não abre mão do chopinho nos dias de folga.
"Não bebo mais destilados. Depois que me casei e minha filha nasceu, sou
um homem mudado. Hoje, até frequento a igreja com a minha mulher
Nathalia e minha gatinha Sophia, de 3 aninhos".
De coração aberto, ele conta que o dinheiro fácil e repentino virou a
sua cabeça no início de carreira e que as falsas amizades o
influenciaram negativamente.
"Já cheguei em treino virado, direto da farra, sem dormir. Se fosse para
casa, não conseguiria acordar nem com um terremoto acontecendo", assume.
Léo Lima lembra que era um menino pobre, nascido e criado numa
comunidade de Bangu. "De repente, estourei no futebol e comecei a poder
comprar tudo que nunca tive: dinheiro, mulheres maravilhosas e amigos
para as farras. Enfiei os pés pela cabeça, não nego. Aconteceu tudo
rápido demais", conta o jogador, que iniciou carreira no futsal do Bangu,
foi para o campo no Madureira e brilhou no Vasco.
As noitadas regadas a muitas doses de uísque começaram a ter fim quando
conheceu Nathalia numa festa. "Não parei de imediato com a 'nigth'
porque ninguém é de ferro", ri.
Quem deu o apito final na vida desregrada foi uma zagueirinha de três
aninhos, com grandes olhos negros lindos. "Depois que a Ana Sophia
nasceu, mudei de vida. Não dá para pisar na bola sabendo que as duas
mulheres da minha vida estão sozinhas em casa".
Poupado do jogo de sábado, diante Paraná, Léo Lima entrará em campo
contra o Corinthians, na quarta-feira, sonhando em passar para a
finalíssima da Copa do Brasil. No primeiro jogo, no Maracanã, empate de
1 a 1.
"Muitos apostavam que eu estava morto para a bola. Tive problemas na
carreira. Todos sabem que não sou nenhum anjo, mas não sou nenhum bicho
ruim. Quero ser campeão para poder retornar ao futebol europeu e
garantir de vez o pé de meia da minha família", completou. |