O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, descartou neste domingo que a
seleção brasileira será favorecida na escolha das cidades em que irá
atuar na Copa-2014, a segunda que terá o país pentacampeão mundial como
anfitrião.
"Vai acontecer como em todas as Copas. O Brasil, como sede, terá algumas
obrigações. Mas o restante é no sorteio, em 2013, para compor as chaves
das 32 seleções. Brasil seguirá isso normalmente como qualquer seleção",
disse o dirigente, na entrevista coletiva do anúncio das 12 cidades
escolhidas para receber partidas do torneio.
A lista apresentada pela Fifa não trouxe grandes surpresas. Como era
esperado, entre as 17 candidatas, Belém, Campo Grande, Florianópolis,
Goiânia e Rio Branco ficaram de fora.
Desta maneira, Porto Alegre e Curitiba (Região Sul); São Paulo, Rio de
Janeiro e Belo Horizonte (Sudeste); Natal, Recife, Fortaleza e Salvador
(Nordeste); Cuiabá e Brasília (Centro-Oeste); e Manaus (Norte) foram as
escolhidas para abrigar o Mundial.
Segundo Teixeira, nenhuma cidade terá a opção de escolher quais seleções
irá receber. Algumas sedes já se mostraram interessadas em recepcionar
determinados times ligados a elas por questões culturais (presença de
imigrantes ou descendentes) ou geográficas.
"A Fifa está muito preparada para fazer mais uma Copa. Em 1994, os
Estados Unidos abrigaram a Copa. É um país com características
semelhantes às do Brasil. E eles ainda têm fusos horários maiores. A
Fifa vai estudar tudo para definir isso."
"As distância estão mais curtas. Estamos acostumados a viajar e não
faremos sorteios especiais para definir as chaves", adicionou o
presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter.
Todos os 12 municípios que abrigarão a Copa já tem a promessa de
receberem investimentos do governo federal para obras de infraestrutura,
especialmente em meios de transporte.
O transporte, aliás, é uma das principais preocupações para o
Mundial-2014. Devido à vasta extensão do território brasileiro e a uma
malha ferroviária reduzida, a locomoção entre cidades durante o torneio
deve acontecer basicamente por vias aéreas.
A Infraero, estatal responsável pelos aeroportos do país, afirma ter um
detalhado plano de investimentos nos aeroportos das cidades que vão
abrigar os jogos da Copa. A empresa considera que essas obras serão
suficientes para adequar o país à demanda de passageiros na Copa. Mas
também tem um plano B.
"Caso seja necessário, procedimentos operacionais diferenciados podem
ser implementados durante a realização dos jogos, visando dar maior
celeridade, conforto e segurança aos usuários", diz a empresa, por meio
de sua assessoria. A nota não esclarece quais normas de operação podem
ser alteradas durante o torneio.
Pelos planos da Infraero, não vai faltar dinheiro para equipar os
aeroportos do país que vão servir os torcedores em 2014. Estão
programadas obras que vão custar mais de R$ 5 bilhões em 14 aeroportos
brasileiros.
O plano ainda prevê desde construções de terminais inteiros, como o
terceiro de Cumbica, até obras mais simples, como a montagem de novas
pontes de embarque em Recife. Algumas dessas melhorias estão previstas
para serem entregues poucos meses antes da Copa.
A Infraero diz que esses investimentos não vão acarretar aumento nas
taxas de embarque do país, que já estão entre as mais caras do mundo. Em
Cumbica, a tarifa para voos internacionais é de US$ 36, o equivalente a
R$ 73. |