É inegável que a identificação de Ronaldo com a seleção brasileira é enorme.
E por isso toda vez que ele dá uma entrevista o assunto vem à tona. Nesta
sexta-feira, no Parque São Jorge, não foi diferente. Embora alimente uma
vontade enorme de voltar a vestir a camisa amarela, o atacante do
Corinthians mantém os pés no chão. Mas uma dúvida sempre surge: Ronaldo
aceitaria ir a uma Copa do Mundo ou ser convocado para um amistoso como
reserva?
- É evidente que tenho o desejo de ir à Copa, de voltar à seleção. E quando
somos convocados não tem nada escrito que vamos como titular ou reserva. Se
eu realmente for chamado, vou disposto a ajudar com a humildade de sempre.
Apelidado de presidente por muitos outros jogadores que passarem pela
seleção brasileira, o Fenômeno faz questão também de dizer que sua presença
no elenco de Dunga não seria uma ameaça a ninguém, muito menos motivo para
ciumeira.
- Eu conheço muito bem a maioria dos jogadores que estão lá. E também não
sou nenhum rebelde que chegaria para destruir alguma coisa. Se eu for
chamado, serei mais um para ajudar. Não existe esse mito de que eu iria
mudar o ambiente da seleção. O clima lá sempre foi o melhor possível.
Campeão de duas Copas do Mundo (1994 como reserva e 2002 como titular) e
vice-campeão em 1998 como principal estrela do Mundial, o Fenômeno ficou
marcado na último Mundial por conta do fracasso diante da França, nas
quartas de final. Acima do peso, ele não foi bem na competição e perdeu
espaço para outros jogadores.
- Seleção brasileira sempre é momento, e agora estou parado. O Dunga precisa
ver os jogadores em atividade. Vou aguardar o meu momento, claro, jogando o
meu futebol.
Atualmente, a camisa 9 da seleção brasileira, tão bem representada por
Ronaldo durante anos, é de Luís Fabiano, do Sevilla. O Fenômeno, por sinal,
fez rasgados elogios ao jogador, que tem sido um dos principais personagens
da era Dunga.
- O Luís Fabiano é um grande jogador e merece tudo isso que está acontecendo.
Ele esperou pacientemente pelo seu espaço e hoje é uma unanimidade.
Em outubro, a seleção brasileira, já classificada para a Copa de 2010, na
África do Sul, faz suas duas últimas partidas pelas eliminatórias, contra
Bolívia, em La Paz, e Venezuela, em Campo Grande. Será que tem espaço para
um “teste” do Fenômeno? |